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O que Causa a Síndrome do Pânico? Uma Visão Psicanalítica

  • Foto do escritor: Diêgo Avelar Diniz
    Diêgo Avelar Diniz
  • 30 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de jun. de 2024

A crise de ansiedade sempre transmite uma mensagem sobre quem a sofre! E quando essas mensagens são ignoradas, costuma-se evoluir para um quadro de Síndrome do Pânico, uma condição que pode se infiltrar na vida de alguém de maneira sorrateira, onde por fora tudo parece normal, mas por dentro há uma batalha constante contra os sintomas avassaladores do pânico. Sensações físicas e psicológicas invadem o sujeito, mas na Psicanálise, cada uma delas é vista como uma Manifestação do Inconsciente, uma expressão de conflitos internos e traumas. É o corpo falando (GRITANDO) sobre suas dores emocionais.

 

Para ilustrar o assunto, vou contar a história de uma paciente fictícia que desenvolveu a Síndrome do Pânico. Você perceberá como ela pode se manifestar na vida de alguém e como a psicanálise pode nos ajudar a compreender, interpretar e lidar com esses sintomas

 

Ana, uma mulher de 30 anos, está sentada em frente ao computador em sua casa. Ela participa de uma sessão de terapia online, conversando com um terapeuta através de uma chamada de vídeo. Ana parece ansiosa, com as mãos trêmulas segurando um lenço. O ambiente é acolhedor, com uma luz suave e plantas ao fundo. A expressão no rosto de Ana é de preocupação, refletindo a sua luta interna.
Ana durante a Psicoterapia On-line

“Imagine uma pessoa chamada Ana. Ela é uma mulher de 30 anos que, aparentemente, leva uma vida normal. No entanto, por trás da fachada de normalidade, ela luta diariamente com as Crises de Ansiedade. Tudo começou alguns anos atrás, quando Ana estava em um ambiente lotado e começou a sentir uma sensação de sufocamento, acompanhada por um medo avassalador de perder o controle. Desde então, esses episódios de terror repentino tornaram-se cada vez mais frequentes. Ana quer fazer os sintomas pararem, e começa a tomar medicações faixa preta que impedem o corpo de manifestar os sintomas físicos da Ansiedade. Ana começa a ter medo de perder a sanidade mental, ter um infarto ou até mesmo de morrer durante esses episódios, e com isso, evita lugares ou situações que possam desencadear essas crises, como locais muito movimentados ou lugares fechados. Essa estratégia funciona por um tempo, mas, então, esses sintomas começam a aparecer em momentos diferentes, como quando ela está dormindo, e, “do nada”, chega a grande onda de sintomas que a arrebatam! A medicação começa a se tornar ainda mais frequente, mais forte. Além disso, ela se sente constantemente sob pressão, com uma sensação de zumbido nos ouvidos e uma pressão na cabeça.”

 

Uma representação simbólica de Ana em uma sessão de terapia online. Ela está sentada com os olhos fechados, enquanto uma versão mais jovem de si mesma está ao seu lado, representando suas experiências de infância. No fundo, sombras de figuras discutindo e situações de bullying aparecem como lembranças nebulosas. O terapeuta, visível na tela do computador, observa atentamente, simbolizando a exploração dos conflitos internos e traumas de Ana durante a terapia
Conflitos Interno sendo descobertos em Terapia

Aí já é possível dizer que as Crises de Ansiedade evoluíram para um Síndrome do Pânico. À primeira vista, esses sintomas podem parecer desconexos, mas quando levados para a Psicoterapia, cada um deles começa a ser entendido como uma expressão de conflitos internos e experiências traumáticas. Por exemplo, o medo de Ana de perder o controle pode estar relacionado a experiências de infância em que ela se sentia impotente diante de situações desafiadoras, como os pais brigando, o bullying que sofria na escola, e exposições sexuais de abuso que ela sofreu. Então, de alguma maneira, a crise reflete um desejo inconsciente de evitar confrontar emoções dolorosas ou traumas não resolvidos.

 

A Psicoterapia oferecerá a Ana um espaço seguro para explorar esses conflitos, ajudando-a a entender as raízes profundas de seus medos e ansiedades. Ao reconhecer e trabalhar com o material emocional subjacente, Ana pode aprender a interpretar o que esses sintomas querem dizer e encontrar um caminho para sua cura e a transformação pessoal.

 

Para compreender melhor a Síndrome do Pânico e como ela se manifesta na vida das pessoas, vou organizar os sintomas em grupos. Cada grupo explora de forma mais detalhada as diferentes experiências que acompanham essa condição.

 

Uma ilustração detalhada de uma mulher experimentando sintomas físicos de ansiedade. Ela está em um quarto, com a mão no peito, indicando falta de ar e coração acelerado. O ambiente ao redor está ligeiramente desfocado para enfatizar a percepção distorcida da realidade.
Sintoma Físico de aperto no peito.

Sensações Físicas

  • Falta de ar, sufocamento;

  • Tremores, sudorese;

  • Zumbido no ouvido e Náusea;

  • Pressão na cabeça e Tontura;

  • Coração acelerado, parece infarto;

 

Esses sintomas físicos são algumas das formas pelas quais a síndrome do pânico se manifesta no corpo. Refletem a resposta do Sistema Nervoso Autônomo ao estresse, desencadeando uma reação de LUTA OU FUGA. A percepção de PERIGO faz o corpo se preparar, seja esse perigo real ou fantasioso.


Uma imagem dividida em três quadrantes. No primeiro, uma pessoa com medo de sair (agorafobia). No segundo, segurando a cabeça (medo de perder o controle). No terceiro, olhando ansiosamente para um relógio (medo de ter uma crise).
Sensações Psicológicas.

Sensações Psicológicas

 

  • Medo de lugares ou situações específicas (Agorafobia);

  • Medo de perder o controle;

  • Medo constante de ter uma crise;

  • Medo de perder a sanidade mental/enlouquecer;

  • Sentimento de culpa ou vergonha pela crise;

 

Os sintomas Psicológicos são, por vezes, consequências dos sintomas físicos, uma espécie de resposta do mecanismo psicológico ao que aconteceu. Na perspectiva Psicanalítica, a síndrome do pânico é entendida como resultado da complexa interação entre impulsos inconscientes, defesas psicológicas e as experiências de vida do indivíduo. Desvelar esses aspectos e promover uma compreensão abrangente do transtorno é a abordagem terapêutica proposta.

 

Uma imagem dividida em seis quadrantes. No primeiro, uma pessoa repetidamente lavando as mãos (TOC). No segundo, uma pessoa com olhar perdido (desrealização). No terceiro, a pessoa evitando uma atividade comum. No quarto, observando-se de fora do corpo (despersonalização). No quinto, protegendo-se de luzes brilhantes. No sexto, uma pessoa isolada em um canto escuro (isolamento social).
Sensações comportamentais.

Sensações Comportamentais  Rituais ou Comportamentos repetitivos (TOC)

  • Sentimento de Desrealização, onde o mundo ao redor pode não ser real

  • Necessidade de evitar atividades que possam desencadear uma crise.

  • Despersonalização;

  • Sensibilidade a estímulos sensoriais, como luzes brilhantes ou sons altos.

  • Isolamento Social

 

As sensações perceptuais e comportamentais durante uma crise de ansiedade delineiam um panorama das respostas complexas do corpo e da mente diante da Crise. Os rituais e comportamentos repetitivos buscam por controle ou alívio através de ações específicas, ilustrando uma desconexão perturbadora entre a percepção do ambiente e a realidade vivenciada. A necessidade de evitar atividades que possam desencadear uma crise e a sensibilidade aumentada aos estímulos sensoriais destacam a hiper-vigilância do sujeito diante de possíveis gatilhos, como uma estratégia de autopreservação, uma tentativa de se proteger do desconforto emocional e julgamentos externos.

 

Ao analisar os sintomas da Síndrome do Pânico dentro de um processo de Psicoterapia, torna-se possível perceber que cada manifestação física e emocional está intrinsecamente ligada a aspectos inconscientes da psique de uma pessoa, refletindo conflitos e traumas do passado. Esses sintomas não são apenas reações aleatórias do corpo, mas sim uma linguagem simbólica através da qual o inconsciente busca expressar as dores emocionais, como foi o caso de Ana e de outros tantos indivíduos pela vida...

 

Ao compreender essa complexa interação entre o consciente e o inconsciente, a psicanálise oferece um caminho de compreensão e cura, fornecendo a possibilidade de construção de ferramentas para explorar e transformar esses conflitos internos em um processo terapêutico significativo de Travessia. 

 

Espero que esta explicação tenha sido útil para você compreender o funcionamento da Psicoterapia On-line e sua proposta de tratamento e cuidado, mas caso tenha alguma dúvida ou deseje saber mais sobre como a Psicoterapia pode lhe ajudar, por favor, não hesite em me contatar clicando no botão abaixo.



 
 
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